sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

são fases menos boas e nada mais...

hoje acordei assim
falta-me algo, falta-me tudo, falta-me...não sei mas sinto a sua falta. não sei se do tempo, se do cansaço, se desisto ou se tento.
quero ter mais paciência, quero ter mais momentos, mais e mais sol cá dentro. voltei ao tempo das lamentações, mas não quero mesmo e isso eu sei. pergunto-me que faço eu aqui, se me sinto assim?! para onde poderei ir eu, se não conheço mais nenhum outro lugar?! se não conheço mais ninguém para me abraçar?!
cansei um pouco de ter que resolver tudo, ter que pensar nos problemas e arranjar as soluções. vou deixar estar, vou deixar ir simplesmente não tenho mais forças. deixei de acreditar que eu sou o suficiente forte para ter força para todos e por todos.
realmente so me dou a quem eu quero e só mostro aquilo que quero que vejam, por isso há a certeza que são poucos aqueles que tiveram o previlégio, sim o previlégio (e isto sem querer ser egocêntrica), de me conhecer, de conhecer a minha verdadeira essência. sem eu demonstrar quaisquer receios, dúvidas, hesitações etc etc etc....


O Vazio da Existência de Arthur Schopenhauer
"O que foi não mais existe; existe exatamente tão pouco quanto aquilo que nunca foi. Mas tudo que existe, no próximo momento, já foi. Conseqüentemente, algo pertencente ao presente, independentemente de quão fútil possa ser, é superior a algo importante pertencente ao passado; isso porque o primeiro é uma realidade, e está para o último como algo está para nada.

Um homem, para seu assombro, repentinamente torna-se consciente de sua existência após um estado de não-existência de muitos milhares de anos; vive por um breve período e então, novamente, retorna a um estado de não-existência por um tempo igualmente longo. Isso não pode ser verdade, diz ao seu coração; e mesmo as mentes rudes, após ponderarem sobre o assunto, devem sentir algum tipo de pressentimento de que o Tempo é algo ideal em sua natureza. Essa idealidade do tempo, juntamente com a do espaço, é a chave para qualquer sistema metafísico verdadeiro, pois proporciona uma ordem de coisas distinta da que pode ser encontrada no domínio da natureza. Por essa razão Kant é tão grandioso.
(...)
Reflexões com a natureza das acima podem, de fato, nos levar a estabelecer a crença de que gozar o presente e fazer disso o propósito da vida é a maior sabedoria; visto que somente o presente é real, todo o mais é representação do pensamento. Mas tal propósito poderia também ser denominado a maior tolice, pois aquilo que, no próximo instante, não mais existe e desaparece completamente como um sonho, jamais poderá merecer um esforço sério.
(...)
Num mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um acrobata em uma corda – em tal mundo, a felicidade é inconcebível. Como poderia haver onde, como Platão diz, tornar-se continuamente e nunca ser é a única forma de existência? Primeiramente, nenhum homem é feliz; luta sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão; e, via de regra, no fim, é um náufrago, chegando ao porto com mastros e velas faltando. Então dá no mesmo se foi feliz ou infeliz, pois sua vida nunca foi mais que um presente sempre passageiro, que agora já acabou.
(...)
As cenas de nossa vida são como imagens em um mosaico tosco; vistas de perto, não produzem efeitos – devem ser vistas à distância para ser possível discernir sua beleza. Assim, conquistar algo que desejamos significa descobrir quão vazio e inútil este algo é; estamos sempre vivendo na expectativa de coisas melhores, enquanto, ao mesmo tempo, comumente nos arrependemos e desejamos aquilo que pertence ao passado. Aceitamos o presente como algo que é apenas temporário e o consideramos como um meio para atingir nosso objetivo. Deste modo, se olharem para trás no fim de suas vidas, a maior parte das pessoas perceberá que viveram-nas ad interim [provisoriamente]: ficarão surpresas ao descobrir que aquilo que deixaram passar despercebido e sem proveito era precisamente sua vida – isto é, a vida na expectativa da qual passaram todo o seu tempo. Então se pode dizer que o homem, via de regra, é enganado pela esperança até dançar nos braços da morte!
(...)

Nenhum homem jamais se sentiu perfeitamente feliz no presente; se acontecesse, isso o envenenaria."


just fly away


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